Mascara, video instalação
MÁSCARA
Instalação
Meu depoimento
Ao convidar-me para a exposição Contemporâneos 2021, no Centro Cultural Mestre Assis, Embu das Arte, São Paulo, o Curador e Artista Renato Gonda fez-me saber que tinha preferência por obras produzidas durante o recesso forçado pela pandemia de Covid 19.
Juntos, examinando o que estava à disposição com conversa criativa e produtiva, saltou-nos aos olhos, et pour cause, o video O Vento Uiva, ouça, que poderia estar em uma instalação complexa e excitante.
Sozinho revi o video muitas vezes, mergulhei, e me passaram pelo espírito coisas a que podia associá-lo para um conjunto sólido e inspirado.
Em época marcada pela obrigação do uso de máscara em defesa da epidemia de Covid-19, ocorre a mais evidente ideia de máscara, do latim masca, no italiano maschera, ou ainda, o latino persona vindo do person etrusco que incluía máscaras funerárias, lembranças dos que tinham ido. Em árabe, maskhera remete a palhaço, bufão (ator!?).
Alguns etimólogos associam o termo a esconder, occulere no latim, próximo de oculo, oculum, olhos. Moderna e popularmente pode-se ir ao conceito revelar (um sujeito mascarado) ao mesmo tempo que encobrir.
Nessa condição associei Nocturnus Itineri Sudario Secundus e um “fotograma” do vídeo O Vento Uiva, ouça a um trecho deste mesmo video onde o personagem “recita” o vento que uiva.
Na apresentação esclareci que se tratava de um “work in progress” que deverá resultar em algo mais sólido e definido em sua completitude. Um novo video, quem sabe.
Gabriel Boba, 2021