Contemporâneos 2021

Meu depoimento

Em visita à minha casa o Curador Renato Gonda manifestou o desejo de que as obras apresentandas na exposição fossem, primordialmente, peças feitas durante o recolhimento induzido pela pandemia de Coronavirus que já durava muitos meses.

Da época eu tinha alguns desenhos, projetos de instalação e videos, em geral pensados havia tempo. Anos em alguns casos. 

Do que examinamos o mais próximo do critério da curadoria era o video O Vento Uiva, ouça. Diante das condições oferecidas pelo Centro Cultural que não dispunha de equipamento para projeção, optamos pela instalação Máscara, derivada de uma ideia antiga, difusa, que faria aproveitando o video que mencionamos a ser projetado com hora marcada e equipamento próprio.

Durante a conversa com o curador, minha ideia foi percorrendo máscara, masca em latim, person em etrusco e Sudário como espécie de mascara, no sentido person(a). Muito apropriado por que todos na platéia usavam máscara. Fui a única excessão

Do video O Vento Uiva, ouça extrai uma imagem, um "frame", comparável a uma máscara Etrusca e a coloquei lado a lado a outra igualmente comparável a máscara, Nocturnus Itineri Sudario, do conjunto Sudario. Junto a elas, projetei parte do video O Vento Uiva, ouça, com data e hora marcadas.

Pode-se considerar que sudarios, mortalhas, quando guardam sinais do morto que envolve são comparáveis a mascaras, as mortuárias, etruscas no caso da minha escolha.

Mascara, do latim antigo mascar,  person do etrusco, de onde deriva persona (per sona, através do que soa, conta). 

Em Contemporâneo 2021 apresentei o conjunto como "work in progress", já que resultante de um amontoado de imagens que me ocorreram com o pensamento que descrevi acima. Como é de meu hábito, esse conjunto inpirador deve resultar em algo mais sólido. Um video, talvez, como me ocorreu quando explicava o que alí estava para a plateia , em Roda de Conversa anunciado na programação do evento.

_{Gabriel Borba, 2021}