Sudario
Sudário
Meu depoimento
Sendo um tema do qual sairam algumas anotações e tres peças acabadas classifiquei o conjunto como série.
A primeira foto foi tomada e preparada para compor uma das seções do S8 Ou,
Foi recolhida pelo curador Francisco Salas, emoldurda e exposta, sem titulo, na exposição I Walk the Night, 2019, Galeria PM8, Espanha.
Usada para outras elaborações teve dois de seus derivado autonomos titulados inicialmente como Sudario. Com a exposição I Walk the Night ocorreu-me identifica-los como série, com nome e sobrenome.
A que esteve em I Walk the Night "et pour cause" ganhou o título Nocturnus Itineri Sudario, Primus. As outras suas derivadas chamaram-se Nocturnus Itineri Sudario, Secundus e Nocturnus Itineri Sudario, Tertius (Mortalha para Passeio Noturno, Primeiro, Segundo, Terceiro).
Há umas histórias que se relacionam: ao ver a foto já finalizada e impresa, só um rosto, o pintor Boi reparou, com seu olhar sensivel e treinado, que o modelo foi fotografado deitado. Em conversa sobre isso com Emanoel de Melo Pimenta sobre a necessidade de títulos ele me aconselha "dê um titulo. Use algo como um nome em latim e pronto". Foi o que fiz como já fizera outras vezes.
A foto colhida por Francisco Salas era, para mim, suporte para coisa mais elaborada. Ao ve-la emoldurada em exposição lembrei de uma passagem com Gastão Magalhães, hoje artista de nomeada, na ocasião meu aluno de Teoria da Comunicação na FAAP, Fundação Armando Alvares Penteado. Ele cuspiu na folha de uma prova teórica, rabiscou "tudo que o artista escarra é arte" e foi-se embora. Percebi que, mesmo sendo autor, não sou dono do que faço, uma vez feito.
Para o formato do título usei o que vi no título do delicioso Gerifalto Primus et Secundus do Celso Paulini, São Paulo,S/Ed, 1979.
Onde aprendi que
"O amor é nu. É forma e sobressalto.
..."
Gabriel Borba, 2020