Mandinga
Mandinga
Meu comentário
Certa vez um curador e diretor de Museu pediu-me que fizesse uma nova peça para mostrar em uma exposição de obras encomendadas em formato e tamanho. Acontece que eu era funcionário da instituição e achei que me apresentar seria antiético. (Eu já tinha recusado, pelo mesmo motivo, em outra ocasião, a apresentar-me na exposição com título "Obra Nova"). A feroz insistência incomodou-me muito. Naquela noite, a caminho de casa, parei no bar de um amigo e, muito aborrecido, contei a ele o que estava acontecendo. O cara que era artista e ligado às práticas do candomblé, com ironia sossegada como era seu jeito, ocupado com copos no balcão, disse: "por que você não faz uma mandinga?"
Eu fiz.
É preciso dizer que eu já tinha feito outras antes, por diversão ou para ver como seria, na aparência, quero dizer.
Algumas delas se tornaram muito estilosas no espírito "afro-descendente", outras compostas de elementos que eu já havia usado antes como ponto cruz ou tachas e fios
Gabriel Borba 2004